quarta-feira, 2 de maio de 2012

Garla aprova Projeto de Lei na Câmara Legislativa

O tema suicídio é polêmico e muitas vezes camuflado pela mídia. Pensando nisso, o deputado Evandro Garla (PRB-DF) apresentou um Projeto de Lei que cria a Semana Distrital de Prevenção ao Suicído, aprovada nesta semana na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Em entrevista à Coluna, Garla diz que já sentiu na pele a vontade de querer se suicidar e defende campanhas de esclarecimentos à população. “Quando tentei o suicídio na Pré-adolescência nunca tinha ouvido falar em grupos de apoio, CVV, campanhas publicitárias contra isto, se tivesse ouvido na escola, na TV, na rádio teria buscado ajuda”, explica. Questionado sobre os suicídios que acontecem no shopping Pátio Brasil, localizado no centro de Brasília, o parlamentar demonstra preocupação pelo fato deste tema estar sendo “camuflado”, segundo ele, por falta de atenção da mídia. 

Qual a importância deste projeto e por que o senhor decidiu criá-lo?
Eu decidi por ser um tema proibido e preocupante. O número de suicídios vem aumentando ano após ano, só no ano passado o índice cresceu 30%. Para se ter uma idéia dessa realidade omitida e camuflada por todos, dados da Secretaria de Saúde mostraram que nada menos do que 55% dos casos de suicídio no ano passado foram de pessoas entre 20 e 39 anos, pois é nessa idade que as pessoas se estabilizam profissionalmente e na vida amorosa também. Outros fatores também levam a essa prática como: depressão, perdas em geral, tanto financeira quanto pessoais podem provocar uma profunda insatisfação com a vida, ao ponto de quererem tirá-la. Mas, mesmo para quem está no último estágio, buscar tratamento e ajuda é a melhor solução e dá resultado.  

O que o senhor tem a dizer sobre os suicídios no shopping Pátio Brasil?
Acredito sinceramente que precisamos prevenir e debater esse tema e não camuflar, pois é escondido da sociedade e todos sabem que, no Pátio, vários jovens se matam, mas será que a mãe de muitos deles sabiam ou suspeitavam dessa intenção? O suicida dá sinais de forma indireta, pede ajuda, mas precisamos perceber essa situação que é de suma importância, e não tapar o sol com a peneira como fez esse shopping que acha ter resolvido o problema colocando blindex nos andares. Sinceramente, não resolve o problema do suicídio e sim do shopping que não terá seu nome vinculado a essa realidade.

O senhor acha que este tema é bem aceito pela sociedade?
Existem muitas pessoas que acham ridícula esta proposta, porém, elas já conversaram com o parente de algum suicida para sentir a dor da perda? Quando tentei o suicídio na pré-adolescência nunca tinha ouvido falar em grupos de apoio, CVV, campanhas publicitárias contra isto. Se tivesse ouvido na escola, na TV, na rádio teria buscado ajuda. Mesmo com campanhas de prevenção contra a AIDS, existem muitos que não se cuidam, imagine se não tivesse campanha nenhuma?



www.claudiohumberto.com.br

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