segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Manifestação reivindica penas rigorosas para quem agride animais


Entidades protetoras e donos de cães e gatos organizaram na manhã de ontem, na Praça das Fontes, em frente à Torre de TV, um protesto contra a violência a animais. Cerca de 500 pessoas compareceram à manifestação, que tinha como mote a frase Crueldade nunca mais. O evento foi realizado em cerca de 180 cidades em todo o país, na Inglaterra e nos Estados Unidos. A principal reivindicação dos grupos é a aplicação de penas mais rigorosas a quem maltrata cães, gatos e outros bichos de estimação.

Os manifestantes levaram faixas de protesto, camisetas, além de bichos de estimação, como cães e gatos

 Em Brasília, o evento ganhou força por conta de dois casos recentes: o da enfermeira de 22 anos que foi indiciada pela Polícia Civil de Formosa (GO) na última quarta-feira, após ter sido acusada de torturar uma cadela da raça yorkshire até a morte (veja a memória); e o de um cachorro encontrado morto por enforcamento em uma árvore no Jardim Ingá, em Luziânia (GO), no último dia 15.

“A importância do evento é mostrar para a sociedade que precisamos de leis mais justas”, explicou Rosângela Betânia, voluntária do Abrigo Augusto, localizado a poucos metros do local onde foi encontrado o cão enforcado no Jardim Ingá. “Enquanto não houver cadeia para quem comete maus-tratos como o da enfermeira que espancou a yorkshire, a situação não vai mudar.” No Abrigo Augusto, vivem cachorros com problemas como câncer, além de vítimas de tortura. O cãozinho Minhoca é um dos mais conhecidos do local. Ele perdeu as duas patas traseiras depois de um atropelamento e ganhou o carinho dos voluntários.

Além de pedirem mais rigor na legislação, que atualmente prevê prisão de três meses a um ano e multa, os grupos também querem mais eficiência na hora de investigar maus-tratos em animais de estimação. “Por conta de toda a exposição que a violência contra a yorkshire teve, a lei foi cumprida. Se todos forem assim, já é um grande passo, mas não queremos que seja necessária uma comoção pública para que casos como esse sejam investigados”, disse a fundadora e diretora-geral da Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima), Simone de Lima.

Como a manifestação foi divulgada pelas redes sociais, muitos donos de cães e gatos também marcaram presença no local, como a funcionária pública Ana Júlia Massarotto, 23 anos. “Temos que tentar acabar com isso. Não consigo nem ver notícias que falam sobre maus-tratos em animais”, contou a servidora, que aproveitou para levar seu cão para passear.

Dona de um yorkshire de 14 anos, a gerente administrativa Denise Pimentel, 49 anos, pediu mais respeito com os bichos. “O animal é um ser vivo e faz parte da família. Temos que tratar esses seres com dignidade e as leis precisam ser revistas.”

O tom era de cobrança por ações mais eficazes do governo. “Nós sabemos que isso acontece com frequência. Temos que ter uma legislação mais rigorosa O bicho não pode ser tratado como um brinquedo”, defendeu o servidor público Sérgio Monroe, 48 anos, que levou a família à manifestação. “Achei uma crueldade o que foi feito com o yorkshire”, completou sua esposa, a autônoma Rejane Reis, 38. “O animal é como uma criança. Não sabe se defender e tem que ter carinho e atenção.”

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