terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Saiba como driblar as tentações e se manter firme nos estudos durante o verão

Verão, sol, praia... para quem tenta uma vaga em universidades públicas como a USP (Universidade de São Paulo), a Unicamp e as federais do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, o tentador programa comum nas férias escolares de janeiro pode ter que esperar.

O ano de 2012 começa já em clima de vestibular para quem passou na primeira fase da Fuvest, por exemplo. A lista dos aprovados foi divulgada no último dia 19, e a segunda etapa começa no dia 8 de janeiro. 

Mas como driblar a tentação de se jogar na farra durante as festas e de ir para a praia? Para professores ouvidos pelo R7, disciplina, determinação e responsabilidade são as palavras-chave. 

Alessandra Venturi, coordenadora pedagógica do cursinho da Poli, diz que a hora é de escolhas. Por isso, segundo ela, é preciso ter maturidade e contar com a ajuda da família. 

- Está todo mundo na praia. Mas todo mundo vai prestar o vestibular, todo mundo está na segunda fase da Fuvest? Na vida o ser humano sempre tem opção, neste momento o vestibulando tem que escolher. A praia tem todo ano, a segunda fase a gente espera que seja uma vez só. 

O psiquiatra Daniel Guzinski, que coordena grupos de apoio do do Mottola pré-vestibular, em Porto Alegre, lembra que o candidato que passou para a segunda fase está agora em um momento decisivo. Para ele, é preciso refletir, mas sem aumentar a ansiedade. 

- O ideal é pesar prós e contras: se eu parar e descansar, o que eu ganho? Ou então: se eu ficar só e estiver disposto a estudar um pouco mais, o que isso pode representar neste momento? 

Lucas de Oliveira Vestri Pedroso, 19 anos, aluno do cursinho do 11 de Agosto, tenta uma vaga no curso de filosofia. Para ele, apesar da tentação, pensar no objetivo maior é o consolo. 

- Quase nenhum amigo meu vai prestar vestibular. Tenho bastante amigos no interior de São Paulo, e eles chamam para festas. É complicado, a maioria está fazendo já faculdade, alguns em particulares. Mas aí eu penso que estudei o ano inteiro e, se passar na primeira fase [da Fuvest], vou me perder agora, faltando pouco tempo, estando tão perto? Não compensa. 

Fabio Machado Bueno, professor de química do cursinho do 11 de Agosto, diz que o importante é manter o ritmo. 

- Se o aluno se mantém estudando, ele se mantém confiante. Isso vale tanto para aquele que estudou o ano inteiro quanto para quem não teve uma rotina de estudos tão forte, mas acabou passando para a segunda fase. 

Isso não significa que os candidatos devem passar o Ano Novo debruçados em livros. Segundo o coordenador de vestibulares do Anglo, Alberto Nascimento, os dias de festa devem ser de descanso. Nos outros, é preciso pegar firme. 

- Se o aluno quer passar em uma boa escola, tem que continuar estudando. Não é porque tem Ano Novo que vai parar. Para no dia, brinda, mas não exagera porque no dia seguinte tem de estar inteiro.

No entanto, aproveitar bem o estudo, afirma Nascimento, significa dividir o tempo entre os livros e o descanso. Aos domingos, por exemplo, é possível ter um pouco mais de lazer. 

- Se o aluno estiver com um pouco mais de dificuldade, estuda de manhã, mas à tarde vai paquerar no shopping, passear no parque. Faz parte da estrutura do nosso organismo dedicar algumas horas ao lazer. 

Aluno do cursinho Anglo, Marco Antônio Olimpio de Carvalho, 18 anos, tenta uma vaga em direito. Os próximos dias serão de estudo, mas o ritmo, diz , vai diminuir. 

- Eu vou estudar, mas não muito, não pode parar, mas me matar de estudar eu não vou. 

Em casa ou na praia 
Para muitos alunos, a organização dos estudos nesta época do ano inclui ainda a decisão de ir ou não para a praia com a família. De acordo com Bueno, uma conversa franca pode ajudar neste momento. 

- O aluno deve seguir os conselhos dos familiares. Porque a essa altura do vestibular é muito importante a confiança e a estabilidade emocional do aluno. Não adianta ele brigar com a família inteira para não viajar e ficar estudando se ele não vai estar com a cabeça boa pra isso. 

Muitas vezes, diz Guzinski, as famílias não sabem como agir com o filho vestibulando. Os pais podem pensar que estão ajudando quando, na verdade, aumentam a ansiedade do aluno. 

- Frases do tipo "você não vai estudar?" ou "desse jeito você não vai passar" podem ser o estopim para as brigas familiares. Não vejo a solidão como a melhor saída para esses problemas. Prefiro a opção do diálogo. 

Existe ainda a possibilidade de viajar com os livros e estudar na praia. Para Alessandra, o importante é que o aluno consiga dedicar algumas horas do dia para se preparar para as provas. 

- Não é proibido viajar. Não importa se vai estar na praia, na fazenda ou em casa, o candidato deve organizar o tempo para o estudo. 

Disputando uma vaga no curso de moda, Letícia Vieira, 19 anos, é aluna do cursinho do 11 de Agosto e, neste ano, abriu mão dos dias à beira-mar, pelo menos até a Fuvest. 

- Nas festas, curtir um dia não tem problema, a pessoa não vai esquecer o conteúdo de todo o ano por isso. Eu costumava viajar, mas agora não tenho esse plano justamente por querer estudar muito. Se for para a praia e levar o livro, a tentação vai ser muito maior. 

Letícia vê vantagens em ficar em casa estudando em janeiro. 

- Fica tudo mais tranquilo, menos fila. Dá para ir, por exemplo, a uma exposição que tenha a ver com o estudo e ver com um outro olhar. 

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