quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Todos os dias um motorista é flagrado a cada 50min dirigindo alcoolizado


Paulo (de óculos) e os amigos Carlos e Ismael: ele admite que estava alcoolizado ao capotar um carro. "Hoje, se vou dirigir, bebo uma cerveja a noite toda", explica (Edilson Rodrigues/CB/D.A Press )
Diariamente, um motorista é flagrado a cada 50 minutos dirigindo sob efeito de álcool no Distrito Federal. Ao longo do ano passado, a fiscalização emitiu 10.499 multas por infração à Lei Federal nº 11.705/2008 — 497 a mais do que em 2010. É o maior número de autuações desde a edição da lei seca. Em 2007, foram apenas 1.008 multas. Um ano depois, quando a tolerância zero à combinação álcool e volante entrou em vigor, o número foi duas vezes e meia maior: 2.658 e, desde então, não parou de crescer (leia quadro).

Apesar do crescimento dos flagrantes, é difícil afirmar se o motorista tem ignorado a legislação com maior frequência ou se a fiscalização está mais eficiente. Nas ruas, a população não tem dúvidas: a fiscalização afrouxou e o motorista abusa da sorte. Uma pesquisa feita por estudantes de medicina e de enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), entre outubro e novembro de 2011, com 503 alunos da instituição mostrou a ineficácia do Estado para coibir o mau hábito. Desse total, um terço admitiu que dirige depois de beber. Proporcionalmente, o resultado revela que pelo menos 10 mil dos 27 mil universitários têm o mesmo hábito.

O número de quem admitiu a infração na UnB é praticamente o mesmo das autuações em todo o DF. “A mistura álcool e direção é um fenômeno muito maior do que se consegue flagrar. Não tenha dúvida de que os dados obtidos no universo instituição podem ser estendidos para a comunidade”, disse o coordenador da pesquisa e doutor em segurança de trânsito, David Duarte.

Para Duarte, as falhas em coibir esse tipo de infração e as mortes no trânsito associadas à combinação álcool e direção não se limitam a ação do Estado. Ele cita como exemplo o acidente no último fim de semana, na BR-070, em que seis jovens morreram. “Houve negligência da família, da sociedade — que viu os adolescentes, inclusive menores de idade bebendo e não denunciou à polícia —, do dono do estabelecimento comercial que vendeu bebida alcoólica aos menores, da polícia e da fiscalização”, enumera.

Fonte: Correio Braziliense

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