sexta-feira, 30 de março de 2012

Estudo mostra que 75% dos brasileiros nunca foram em uma biblioteca


Frequentar bibliotecas não é um hábito presente na vida dos brasileiros. É o que revela a  pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), que aponta que 75% da população no País jamais pisou em uma biblioteca, apesar de 67% afirmarem saber da existência de alguma delas em sua cidade e 71% confirmarem ter acesso fácil a elas. 

No caso de Brasília, conhecida pela forte cultura dos concursos públicos, as salas de estudos teriam tudo para permanecerem tão lotadas como os cursinhos. Mas a falta de atrativos, infraestrutura e de unidades para atender a demanda ainda continua como os principal problema apontado pelos usuários e especialistas.


São 26 bibliotecas públicas  para atender toda a população do Distrito Federal – uma média de 0,76 espaço de estudo para cada 100 mil habitantes. Na análise do professor titular de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Miranda, o número ainda é insuficiente para uma população de mais de dois milhões de pessoas.


“As bibliotecas precisam atender as demandas do século 21, mas são poucas, pequenas, mal aparelhadas e sem metodologias para desenvolver o hábito de leitura. Apesar de uma ou outra ser boa, a maioria é precária, em comparação com outros estados”, apontou Miranda, que também já foi diretor da Biblioteca Nacional de Brasília.

Ao serem questionados sobre o que a biblioteca representa em seu cotidiano, 71% dos participantes entrevistados responderam que o local é apenas "para estudar". Em segundo  apareceu "um lugar para pesquisa", seguido de "lugar para estudantes". Somente 16% disseram que a biblioteca existe "para emprestar livros de literatura". "Um lugar para lazer" aparece com 12% de respostas.


O resultado é comprovado pela reportagem do Jornal de Brasília ao conversar com os frequentadores das bibliotecas do DF. “Apenas estudo e faço pesquisas para cursos que estou participando”, disse a desempregada Eliane de Abreu, 49 anos, que frequenta a biblioteca de São Sebastião toda semana. Já a concurseira Cleide Moreira, 28 anos, só vê  uma utilidade para a biblioteca que utiliza na W3 Sul. “Venho apenas estudar. Tenho o hábito de vir, mas não faço ou outra coisa”, comentou.


De acordo com a presidente do Instituto Pró-Livro, Karine Pansa, os dados colhidos pelo Ibope Inteligência revelam que a principal preocupação deve ser em tornar as bibliotecas mais atrativas. “É difícil construir um país de leitores sem o suporte das bibliotecas. Por isso é preciso construir um modelo mais atrativo para a população. Acervos atualizados, horários flexíveis, atividades culturais, tudo que tenha a ver com a realidade do público que a frequenta”, analisou a presidente do instituto.




Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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