sábado, 24 de março de 2012

Preso por racismo e homofobia


GERDAN WESLEY
Site também é investigado por incitação a abuso de crianças
A “Operação Intolerância” da Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de ontem em Curitiba, dois homens acusados de publicar conteúdo discriminatório em um site da internet. Segundo as investigações do Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos da PF, Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello faziam apologia a crimes de violência contra mulheres, negros, homossexuais, nordestinos e judeus, além de incitações a abuso sexual contra crianças, no blog “silviokoerich.org”. Marcelo, 26 anos, que é ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB), é investigado desde 2005 por racismo na internet.
No ar há pelo menos sete meses, o blog que proclamava “chutar a cara das feministas e massacrar toda a escória esquerdista e politicamente correta”, já tinha sido alvo de denúncia por parte da reitoria da universidade em janeiro deste ano, por conter ameaças a funcionários e estudantes do departamento de Ciências Sociais da UnB. Em 2005, Marcelo ainda foi alvo de ação penal do Ministério Público do DF, por disseminar ideias racistas e incitar a violência contra negros e afrodescendentes em um site de relacionamentos. Na ocasião, o suspeito questionava o sistema de cotas da universidade, chamando os estudantes negros de “macacos subdesenvolvidos”, “ladrões”, “sujos”, “pobres” e “malandros”.
Nas casa do ex-estudante em Brasília, a PF ainda cumpriu um mandato de busca e apreensão onde foram recolhidos computadores. Um dos conteúdos divulgados no site apoiava ainda, Wellington Menezes de Oliveira, que em abril de 2011 atirou em alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Rio de Janeiro. Doze crianças morreram e dez ficaram feridas no massacre. Os presos contaram à polícia que na época, foram procurados pelo assassino para orientá-lo sobre como proceder na ação criminosa. De acordo com o delegado Flúvio Cardinelli, responsável pelo caso, eles disseram ainda pertencer a uma seita que prega o extermínio de quem “não é fiel à causa”.
Até o dia 14 de março deste ano, o Ministério Público Federal recebeu cerca de 70 mil denúncias relacionadas ao conteúdo discriminatório do site. Os dois presos vão responder por crimes de incitação e indução à discriminação ou preconceito de raça, por meio de recursos de comunicação social (Lei 7.716/89); de incitação à prática de crime (Artigo 286 do Código Penal) e de publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente (Lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA).
Da redação do Alô

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