BRASÍLIA (DF) – Motivado por reportagem da revista “Isto É”, o líder do PRB na Câmara, Antônio Bulhões, criticou, em discurso, a perda de autoridade dos professores em salas de aula, confrontados por alunos mimados e transgressores. “O que se percebe são professores de tal forma agredidos, a ponto de ficarem com sequelas físicas e psicológicas”, advertiu o republicano, acrescentando que isso ocorre em todos os níveis de escolaridade, desde o ensino fundamental até o superior.
Bulhões utilizou um conceito da sociologia na busca por entender o processo que está acontecendo nas instituições de ensino de todo o País, com as ameaças aos mestres. “A atitude dos alunos leva a inferir que a relação professor-estudante sofre um processo de anomia. Anomia, segundo o sociólogo Emile Durkheim , existe quando a sociedade não reconhece as normas como balizadoras das condutas humanas. Ocorrendo a anomia, qualquer um se acha no direito de usurpar o espaço do outro. No caso, os professores estão perdendo a autoridade e os alunos adquirindo um poder que não encontra legitimidade no ambiente escolar.”
Para o deputado do PRB, entre os culpados por essa situação está a nova pedagogia que enfraqueceu a posição do professor como autoridade e os próprios pais, que ou não impõem limites ou ensinam seus filhos só sobre os direitos esquecendo os deveres. “Na escola, o aluno está chegando com a arrogância do ‘pseudocidadão’ e acha que todos estão ali para servir a sua vaidade.”
O pior, segundo o líder republicano, são as consequências no futuro, como a infantilização crescente da nova geração. “Se antigamente o jovem queria correr o risco de ser adulto, hoje, o indivíduo de até 29 anos recebeu dos pedagogos e dos psicólogos uma lei que os iguala em termos de proteção àqueles no estágio puerperal.”
Por Paulo Gusmão
Foto: Douglas Gomes
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