quarta-feira, 23 de novembro de 2011

1ª Bienal Brasil do Livro pretende trazer o escritor nigeriano Wole Soyinka

O poder de ocupação da literatura — seja no imaginário de quem lê ou, no plano físico, na conquista de uma área de potencial limitado (como a da Biblioteca Nacional de Brasília) — será testado, na realização da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, no período entre 14 e 23 de abril de 2012. Sem livros para empréstimo, a Biblioteca Nacional abriga, hoje, a cerimônia de lançamento oficial da bienal, que, num espaço de 17 mil m², contará com investimentos na faixa de R$ 7,5 milhões, terá entrada franca e vai dispor de quase 150 estandes, prontos para comercialização, a partir da próxima semana. Grande trunfo para a bienal será a participação, inédita em terreno brasileiro, de Wole Soyinka, o primeiro autor negro (de origem africana) premiado com o Nobel de Literatura.
Presenças de editoras e livreiros, programação cultural, convidados internacionais podem delinear contornos de bienais de São Paulo e Rio ou de feiras como Flip (Paraty) e Fliporto (Olinda e Porto de Galinhas), mas, integrante do conselho consultivo, o escritor Luiz Fernando Emediato se adianta em relativizar comparações. “Ambicionamos ser diferentes: queremos que os convidados — ficcionistas, poetas, historiadores, pensadores, cientistas — falem não só de suas ideias e obras, mas também ajudem a pensar sobre a crise mundial. Uma crise de valores, de ideologias, de religiões, das condições do meio ambiente, do brutal desequilíbrio econômico, mesmo frente aos maiores avanços científicos e tecnológicos”, explica.

Leitor de peso, segundo dados de pesquisa da Câmara Brasileira do Livro e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, o brasiliense será brindado com uma avalanche de letras, no lançamento de 300 livros (média de 30, por dia). “O Distrito Federal, com alto poder aquisitivo, é o maior consumidor de livros per capita do país. Nosso público é o cidadão que lê, especialmente jovem e, em grande parte, feminino. Mas teremos atrações para todos, literalmente dos 5 anos aos 104, a idade de Oscar Niemeyer, que será nosso convidado”, adianta Emediato.

No crivo do coordenador literário da bienal, o rol sonhado de convidados contempla pensadores como Noam Chomsky e Rudiger Safranski (biógrafo de Nietszche, Heidegger e Schopenhauer), além da autora de livros infantis neozelandesa Gill Pittar, autora de 64 livros sobre a igualdade, para além de aspectos étnicos, entre as meninas Milly e Molly — “que hoje, em mais de 100 países, discute bullying, amor, raiva, racismo e meio ambiente”, destaca Emediato. Na linha de frente das discussões, ele elenca “a maior crise que a humanidade já viveu, e da qual apenas agora começamos a nos dar conta”.

Fonte: Correio Braziliense

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