quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Considerada uma alternativa ao trânsito, ciclovia começa a sair do papel

Uma nova alternativa para o caótico trânsito do Sudoeste começa a ser desenhada. Os contornos de terra que estão abertos por várias partes do bairro desde o início de outubro se transformarão em uma ciclovia com extensão prevista de 24 quilômetros. Parte dela será executada pela iniciativa privada, como compensação urbanística pela construção da Quadra 500. A outra será realizada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Como a previsão é de que o convênio com a Terracap para a construção de ciclovias no DF saia apenas no fim deste ano, por enquanto, o morador pode ter a sensação de que a pista não leva a lugar nenhum.A ciclovia circulará o Sudoeste e parte da Octogonal. A Oeste-Sul Construtora, que tem lotes nas quadras 500 e está à frente da obra, executará 18km dos 24km. Os outros seis ficarão a cargo do GDF. Para o administrador do Sudoeste, Marcelo Ciciliano, a sensação de descontinuidade da pista ocorre porque alguns fatores impediram que o projeto fosse executado como um todo. Um exemplo é a continuação da duplicação da EPTG. Por causa da futura obra, a ciclovia não foi feita para não ter de ser destruída logo em seguida. “Essa ciclovia vai integrar um plano completo de malha cicloviária. O Sudoeste está cumprindo a parte dele, vamos esperar o restante das vias”, explicou.



A ideia agrada os moradores. De acordo com o Elber Barbosa, presidente do Conselho Comunitário do Sudoeste, a alternativa ao trânsito é bem-vinda. “Essa ciclovia está sendo feita para se adequar à ciclovia do Eixo Monumental, que vai ligar o Sudoeste à Esplanada dos Ministérios”, disse Elber. 

A construção da ciclovia pela Oeste-Sul começou no início de outubro e, de acordo com a assessoria de imprensa da empreiteira, será entregue à população em dezembro. A agilidade da obra explica-se graças ao acordo assinado entre o governo e a empreiteira. Enquanto a construtora não terminar o pacote de compensações por danos urbanísticos e ambientais, não pode iniciar os empreendimentos imobiliários. A polêmica Quadra 500 foi autorizada em junho deste ano, após vários embates judiciais. Estão previstos 22 prédios residenciais e seis comerciais. A quadra abrigará 40 mil moradores.

A Oeste-Sul gastará R$ 2,5 milhões com a ciclovia. Além dela, a empresa tem uma lista de compensações a ser cumprida, como alargamento de pistas, plantio e manutenção de árvores e a construção dos parques do Bosque e do Sucupira. A empreiteira desembolsará cerca de R$ 30 milhões no pacote de melhorias. 

Plano maior

A projeto de ciclovia do Sudoeste faz parte de um estudo elaborado pelo governo anterior para a execução do Projeto Pedala DF. Na época, o plano previa a construção de 600km de malha cicloviária em todo o Distrito Federal. Desde o início da gestão Agnelo, o estudo passa por avaliação e, até o fim do ano, um novo projeto deve ser apresentado para um convênio com a Terracap. De acordo com Paulo

Alexandre Passos, suplente do Comitê Gestor da Política de Mobilidade Urbana por Bicicleta, o grupo liberou a construção de 270km e o projeto final deve ser apresentado até o fim deste ano: “O conceito de ciclovias no DF mudou e por isso estamos aproveitando o estudo anterior e readequando-o à nova proposta de que a bicicleta faz parte do trânsito”. Este ano, além da ciclovia do Sudoeste, outras duas estão sendo construídas. São 13,5km no Gama e 8km em Ceilândia.

Ibram voltou atrás

A licença para construção da área da Quadra 500 foi liberada em 30 de dezembro de 2010, no fim do governo Rogério Rosso (PMDB), antes mesmo que a equipe técnica responsável desse o parecer sobre aspectos ambientais. Em fevereiro deste ano, o Ministério Público recomendou ao presidente do Ibram que cancelasse a licença. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) chegou a suspendê-la, mas, em junho, o Ibram liberou a quadra.


Fonte: Correio Braziliense

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